Mauro Ferreira no G1

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sábado, 6 de abril de 2013

Ícone 'underground' de 'grooves' plurais, Marku Ribas sai de cena aos 65

Marco Antonio Ribas (19 de maio de 1947 - 6 de abril de 2013) - o cantor, compositor e músico mineiro conhecido na cena brasileira como Marku Ribas - volta e meia teve sua música enquadrada no rótulo de samba-rock, gênero que Ribas de fato abraçou já no início dos anos 70. Contudo, o suingue deste artista nascido há quase 66 anos na cidade interiorana de Pirapora (MG) extrapolou ritmos. Reverenciado por nomes como Ed Motta, que produziu em 2007 coletânea com 13 expressivas gravações feitas por seu ídolo entre 1972 e 1983 (Zamba Ben, Dubas Música), Marku Ribas - visto em foto de Carlos França - foi um ícone da alternativa cena musical brasileira na década de 70. É significativo que o primeiro álbum do artista - que saiu de cena na noite deste sábado, aos 65 anos, vítima de complicações decorrentes de câncer de pulmão - tenha sido intitulado Underground, editado em 1972 com temas de suingue explosivo como Tira-teima A rigor, o som de Ribas nunca saiu da margem e nunca chegou ao grande público, ainda que uma de suas composições, Alerta geral, tenha dado título ao popular álbum lançado pela cantora maranhense Alcione em 1978. Azar desse público surdo o suficiente para não ouvir os grooves plurais deste artista que transitou pelo samba-rock e pelo samba-soul, além de ter cruzado pioneiramente em 1976 a batida do samba com a levada do reggae - dez anos antes dos grupos afros-baianos inventarem o gênero samba-reggae, nascido de fusão similar (mas não idêntica) - na música Meu samba regué, faixa do álbum Marku Ribas (Copacabana, 1976). Pioneiro também na valorização dos sons africanos e na extração de sons percussivos com a boca (Arte que rendia comparações com João Bosco), o artista pôs tempero afro em Coisas de Minas, outra música do álbum Marku Ribas de 1976. Concentrada nos anos 70, a discografia de Ribas inclui álbuns que merecem ser redescobertos. São títulos como Marku (Copacabana, 1975), Barrankeiro (Philips, 1977), Cavalo das alegrias (Philips, 1979) e Marku (Trilha som e imagem, 1983). Esquecido ao longo da década de 90, em que lançou o álbum independente Autóctone (1991), Ribas voltou à cena com certa visibilidade nos anos 2000. Em 2007, gravou músicas para a trilha sonora do filme Chega de saudade, da cineasta Laís Bodanski. Na virada de 2008 para 2009, lançou seu primeiro e único DVD, editado na série Toca Brasil do Instituto Itaú Cultural com registro de show captado em São Paulo (SP) em 19 de maio de 2007, data em que o artista completou 60 anos. Marku Ribas viveu quase seis anos a mais após a gravação desse DVD até sair de cena, deixando um legado que ainda precisa ser reavaliado na medida de sua (grande) importância na música brasileira.

6 comentários:

Mauro Ferreira disse...

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Sandro CS disse...

Realmente, uma grande perda e mais um enorme talento que não recebeu o devido reconhecimento do grande público. Por falar em canções que viraram título de álbum, teve também "Fêmea Brasileira", escrita especialmente para a diva soul Lady Zu e que batizou seu 2º disco, de 1979.

Anônimo disse...

Saudações ao Marku Ribas!
Gostava da voz dele.

Gabriel Silveira disse...

Perda irreparável para a música. Marku tinha uma pegada magistral no violão e os seus shows eram incríveis. Deixa uma obra riquíssima e grande saudade de sua genialidade. Foi um multiartista que mostrava qualidade em todas as áreas. A música brasileira perde um de seus melhores representantes.

Raphael Vidigal disse...

Homenagem ao grande Marku Ribas!

http://www.esquinamusical.com.br/sons-naturais-de-marku-ribas/

Fernando Moraes disse...

Tomei um susto!
Fiquei muito triste, pois passei batido por este comunicado e hoje fui justamente procurar novidades do Marku Ribas que gosto muito.

Mauro esqueceu de citar seu ultimo disco "4 Loas", um disco maravilhoso pra que gosta de um guitar jazz e muitos ritmos. O disco inteiro e muito gostoso!
Era um grande compositor.
Estou em luto!