Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


domingo, 6 de novembro de 2011

Roteiro de 'Chico' cita verso de Criolo e ecoa voz feminina do compositor

"Afasta de mim a coqueine, pai / Pois na quebrada escorre sangue", suplicou Chico Buarque no compasso do rap ao citar versos escritos por Criolo sobre a melodia de Cálice (Chico Buarque e Gilberto Gil, 1973). Embora seja quase uma vinheta no roteiro de Chico, o show que traz o artista de volta aos palcos após cinco anos, em turnê que vai se estender por 2012, Cálice foi a grande surpresa de roteiro por mixar alguns versos censurados em 1973 com trecho da letra humanista de Criolo, rapper paulista que é uma das sensações da música brasileira neste ano de 2011. Além de inserir os versos de Criolo na sua versão atual de Cálice, Chico saúda o rapper com versos ("Valeu, Criolo Doido! Evoé, jovem artista! Palmas pro refrão do rapper paulista") que criou especialmente para este número do show que estreou no Palácio das Artes de Belo Horizonte (MG) na noite de 5 de novembro. Em cena, Chico - visto em foto de divulgação de Eugênio Sávio - também faz ecoar a voz feminina de sua obra autoral. Sentado com seu violão, sob a direção musical do maestro Luiz Cláudio Ramos, o compositor deleita o público ao encadear em bloco canções escritas sob ótica feminina como Teresinha (Chico Buarque, 1977), O Meu Amor (Chico Buarque, 1978), Sob Medida (Chico Buarque, 1979) e Anos Dourados (Chico Buarque e Tom Jobim, 1986), mais associadas às vozes de cantoras como Maria Bethânia e Fafá de Belém (no caso específico de Sob Medida). Disco que inspirou o show, Chico (2011) tem suas dez músicas entrelaçadas com sucessos como Todo o Sentimento (Cristóvão Bastos e Chico Buarque, 1987) e Baioque (Chico Buarque, 1972 - em um arranjo deslumbrante que cita My Mammy, tema de vaudeville norte-americano de 1918 que Al Jolson tornaria um blues). Eis o roteiro seguido por Chico Buarque na estreia nacional do show Chico:

1. Velho Francisco (Chico Buarque, 1987)
2. De Volta ao Samba (Chico Buarque, 1993)
3. Desalento (Vinicius de Moraes e Chico Buarque, 1970)
4. Injuriado (Chico Buarque, 1998)
5. Querido Diário (Chico Buarque, 2011)
6. Rubato (Jorge Helder e Chico Buarque, 2011)
7. Choro Bandido (Edu Lobo e Chico Buarque, 1985)
8. Essa Pequena (Chico Buarque, 2011)
9. Tipo um Baião (Chico Buarque, 2011)
10. Se Eu Soubesse (Chico Buarque, 2011)
11. Sem Você 2 (Chico Buarque, 2011)
12. Bastidores (Chico Buarque, 1980)
13. Todo o Sentimento (Cristóvão Bastos e Chico Buarque, 1987)
14. O Meu Amor (Chico Buarque, 1977)
15. Terezinha (Chico Buarque, 1977)
16. Ana de Amsterdam (Chico Buarque e Ruy Guerra, 1973)
17. Anos Dourados (Tom Jobim e Chico Buarque, 1986)
18. Sob Medida (Chico Buarque, 1979)
19. Nina (Chico Buarque, 2011)
20. Valsa Brasileira (Edu Lobo e Chico Buarque, 1988)
21. Geni e o Zepelin (Chico Buarque, 1977)
22. Barafunda (Chico Buarque, 2011)
23. Sou Eu (Chico Buarque e Ivan Lins, 2009) - com Wilson das Neves
24. Tereza da Praia (Tom Jobim e Billy Blanco, 1954) - com Wilson das Neves
25. A Violeira (Tom Jobim e Chico Buarque, 1983)
26. Baioque (Chico Buarque, 1972)
      - com citação de My Mammy (Walter Donaldson, Joe Young e Sam M. Lewis, 1918)
27. Cálice (Chico Buarque e Gilberto Gil, 1973)
      - com citação de versos escritos pelo rapper paulista Criolo sobre a melodia de Cálice
28. Sinhá (João Bosco e Chico Buarque, 2011)
Bis:
29. Sonho de um Carnaval (Chico Buarque, 1965) /
      A Felicidade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1959)
30. Futuros Amantes (Chico Buarque, 1993)
Bis 2:
31. Na Carreira (Edu Lobo e Chico Buarque, 1982)

6 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Afasta de mim a coqueine, pai / Pois na quebrada escorre sangue", suplicou Chico Buarque no compasso do rap ao citar versos escritos por Criolo sobre a melodia de Cálice (Chico Buarque e Gilberto Gil, 1973). Embora seja quase uma vinheta no roteiro de Chico, o show que traz o artista de volta aos palcos após cinco anos em turnê que vai se estender por 2012, Cálice foi a grande surpresa de roteiro por mixar os versos censurados em 1973 com trecho da letra humanista de Criolo, rapper paulista que é uma das sensações da música brasileira neste ano de 2011. No show, que estreou no Palácio das Artes de Belo Horizonte (MG) na noite de 5 de novembro, Chico - visto em cena na foto de divulgação de Eugênio Sálvio - também faz ecoar a voz feminina de sua obra autoral. Sentado com seu violão, sob a direção musical do maestro Luiz Cláudio Ramos, o compositor deleita o público ao encadear em bloco canções escritas sob ótica feminina como Teresinha (Chico Buarque, 1977), O Meu Amor (Chico Buarque, 1978), Sob Medida (Chico Buarque, 1979) e Anos Dourados (Chico Buarque e Tom Jobim, 1986), mais associadas às vozes de cantoras como Maria Bethânia e Fafá de Belém (no caso específico de Sob Medida). Disco que inspirou o show, Chico (2011) tem suas dez músicas entrelaçadas com sucessos como Todo o Sentimento (Cristóvão Bastos e Chico Buarque, 1987) e Baioque (Chico Buarque, 1972 - em arranjo deslumbrante que cita My Mammy, tema de vaudeville norte-americano de 1918). Eis o roteiro seguido por Chico Buarque na estreia nacional do show Chico:

1. Velho Francisco (Chico Buarque, 1987)
2. De Volta ao Samba (Chico Buarque, 1993)
3. Desalento (Vinicius de Moraes e Chico Buarque, 1970)
4. Injuriado (Chico Buarque, 1998)
5. Querido Diário (Chico Buarque, 2011)
6. Rubato (Jorge Helder e Chico Buarque, 2011)
7. Choro Bandido (Edu Lobo e Chico Buarque, 1985)
8. Essa Pequena (Chico Buarque, 2011)
9. Tipo um Baião (Chico Buarque, 2011)
10. Se Eu Soubesse (Chico Buarque, 2011)
11. Sem Você 2 (Chico Buarque, 2011)
12. Bastidores (Chico Buarque, 1980)
13. Todo o Sentimento (Cristóvão Bastos e Chico Buarque, 1987)
14. O Meu Amor (Chico Buarque, 1977)
15. Terezinha (Chico Buarque, 1977)
16. Ana de Amsterdam (Chico Buarque e Ruy Guerra, 1973)
17. Anos Dourados (Tom Jobim e Chico Buarque, 1986)
18. Sob Medida (Chico Buarque, 1979)
19. Nina (Chico Buarque, 2011)
20. Valsa Brasileira (Edu Lobo e Chico Buarque, 1988)
21. Geni e o Zepelin (Chico Buarque, 1977)
22. Barafunda (Chico Buarque, 2011)
23. Sou Eu (Chico Buarque e Ivan Lins, 2009) - com Wilson das Neves
24. Tereza da Praia (Tom Jobim e Billy Blanco, 1954) - com Wilson das Neves
25. A Violeira (Tom Jobim e Chico Buarque, 1983)
26. Baioque (Chico Buarque, 1972)
- com citação de My Mammy (Walter Donaldson, Joe Young e Sam M. Lewis, 1918)
27. Cálice (Chico Buarque e Gilberto Gil, 1973) - com citação de versos escritos pelo rapper paulista Criolo sobre a melodia de Cálice
28. Sinhá (João Bosco e Chico Buarque, 2011)
Bis:
29. Sonho de um Carnaval (Chico Buarque, 1965) /
A Felicidade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1959)
30. Futuros Amantes (Chico Buarque, 1993)
Bis 2:
31. Na Carreira (Edu Lobo e Chico Buarque, 1982)

Wilma Araújo disse...

Sonhando em ver esse show!Espero conseguir!

Wilma Araújo

Vitor disse...

Todas as músicas que sempre sonhei ver ao vivo

Ju Oliveira disse...

Belíssimo roteiro. Estarei lá com certeza!

Luca disse...

Criolo já era a bola da vez, agora então ninguém segura...

Gill Sampaio Ominirò disse...

Nem sei direito o que escrever.
Chico me deixou de queixo caído.
Sou um grande admirador seu (e quem não o é?). Eu sempre digo que de alguma forma todos gostam de Chico. Mesmo quem pensa que não gosta, gosta de alguma coisa dele, mas não sabe que é dele. Chico é unanimidade, é um excelente compositor, um bom cantor com um charme peculiar que lhe confere o direito de ser insuperável em interpretações como Geni e o Zepelim, A Volta do Malandro, Mulheres de Atenas ou Construção (dentre outras). Construção, aliás, é a única falta muito sentida por mim neste roteiro quase, mas quase perfeito. Quem sabe ele não muda de ideia e constrói tijolo por tijolo no show de São Paulo? De qualquer forma, não perco este acontecimento por nada.