Mauro Ferreira no G1

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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Funk Brothers valorizam a incursão de Collins pelo universo da Motown

Resenha de CD
Título: Going Back

Artista: Phil Collins
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * *

Um dos mais hábeis artesãos do pop, Phil Collins revolve as memórias de sua adolescência em Going Back, oitavo álbum de estúdio de carreira solo iniciada em 1981 com o blockbuster Face Value. O astro britânico volta no tempo para dar sua visão de temas do repertório da Motown, a lendária gravadora dos EUA que projetou nomes como Stevie Wonder e Diana Ross (como integrante do trio The Supremes). Sabiamente, Collins resistiu à tentação de modernizar o som da Motown neste disco que já vem marcando boa presença nas paradas européias. Ao contrário, o artista recorreu a três sobreviventes músicos do Funk Brothers - o grupo que gravou em estúdio com boa parte do elenco da Motown - para capturar a pegada e o sentimento do som da época. Juntamente com The PC Horns, quinteto de metais em brasa recrutado para tocar no CD Going Back, os Funk Brothers - a saber: o baixista Bob Babbitt e os guitarristas Eddie Chank Willis e Ray Monette - legitimam a incursão de Collins pelo universo do soul e do r & b da Motown. Girl (Why You Wanna Make me Blue?) - sucesso do grupo The Temptations - é uma das regravações que funcionam bem pela pressão dos Funk Brothers e dos PC Horns. (Love Is Like a) Heatwave - tema lançado em 1963 pelo grupo Martha and The Vandellas - é outro bom momento estrategicamente posicionado no início do disco. Já Papa Was a Rolling Stone - outro cover do grupo The Temptations - se sobressai sobretudo pela fluência do trompete solo de Guy Barker. E o fato é quando abre mão dos Funk Brothers e os metais do PC Horn - como nas baladas Blame it on the Sun e a Never Dreamed You’d Leave in Summer, ambas do repertório de Stevie Wonder - a voz de Collins não evoca todo o sentimento exigido pelas músicas. Talvez porque falte à voz do cantor o fervor necessário para encarar temas como Love Is Here and Now You’re Gone (The Supremes) e Talkin' about my Baby (Curtis Mayfiled). São os músicos que sustentam o mergulho saudosista de Collins na Motown...

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Um dos mais hábeis artesãos do pop, Phil Collins revolve as memórias de sua adolescência em Going Back, oitavo álbum de estúdio de carreira solo iniciada em 1981 com o blockbuster Face Value. O astro britânico volta no tempo para dar sua visão de temas do repertório da Motown, a lendária gravadora dos EUA que projetou nomes como Stevie Wonder e Diana Ross (como integrante do trio The Supremes). Sabiamente, Collins resistiu à tentação de modernizar o som da Motown neste disco que já vem marcando boa presença nas paradas européias. Ao contrário, o artista recorreu a três sobreviventes músicos do Funk Brothers - o grupo que gravou em estúdio com boa parte do elenco da Motown - para capturar a pegada e o sentimento do som da época. Juntamente com The PC Horns, quinteto de metais em brasa recrutado para tocar no CD Going Back, os Funk Brothers - a saber: o baixista Bob Babbitt e os guitarristas Eddie Chank Willis e Ray Monette - legitimam a incursão de Collins pelo universo do soul e do r & b da Motown. Girl (Why You Wanna Make me Blue?) - sucesso do grupo The Temptations - é uma das regravações que funcionam bem pela pressão dos Funk Brothers e dos PC Horns. (Love Is Like a) Heatwave - tema lançado em 1963 pelo grupo Martha and The Vandellas - é outro bom momento estrategicamente posicionado no início do disco. Já Papa Was a Rolling Stone - outro cover do grupo The Temptations - se sobressai sobretudo pela fluência do trompete solo de Guy Barker. E o fato é quando abre mão dos Funk Brothers e os metais do PC Horn - como nas baladas Blame it on the Sun e a Never Dreamed You’d Leave in Summer, ambas do repertório de Stevie Wonder - a voz de Collins não evoca todo o sentimento exigido pelas músicas. Talvez porque falte à voz do cantor o fervor necessário para encarar temas como Love Is Here and Now You’re Gone (The Supremes) e Talkin' about my Baby (Curtis Mayfiled). São os músicos que sustentam o mergulho saudosista de Collins na Motown...